segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Último dia de Fashion Rio

O quinto dia de Fashion Rio continuou sem muito fôlego. Nenhuma novidade, mas com algumas boas interpretações. Último resumão da semana de moda carioca!



Giulia Borges

Giulia Borges foi o primeiro nome a desfilar.  Paetê, renda, glitter e transparência traduziram a inspiração rock glam da estilista. Alguns recortes, cintura levemente marcada e volume nos quadris, aposta da temporada. Cartela de cores sóbria com pontos de flúor, no trabalha mais bem realizado da semana. Usar flúor é complicado. Já foi explorado à exaustão em outras oportunidades e hoje em dia vive em uma linha tênue entre o over e o bom gosto. Giulia usou em sobreposições e em peças mais rebuscadas, como o casaqueto e o look inteiro verde-limão. Um quê de Christopher Kane.



Nica Kessler 

Olhando para a tribo norte-americana Delaware, Nica Kessler enveredou pela inspiração étnica. Trabalhando com outra aposta já consolidada da temporada, Nica foi a menos literal de todas. Veio discreta, pouco vibrante e coerente numa versão feminina, leve e urbana. Grafismos minimais e estampas abstratas pontuaram peças de cintura marcada e comprimento mini que provavelmente já sairão das passarelas para as lojas. Cartela de cores ampla, foco na combinação de azul e laranja (tom que apareceu na maioria dos desfiles).



Andrea Marques

Seguindo veio Andrea Marques. Há certas coisas que nós já sabemos ao ver certos desfiles; do mesmo jeito que sabemos que TNG vai ter jeans, sabemos que Andrea Marques não vai surpreender. O que resta é observar tudo que já foi apresentado antes na versão madura, clássica e super feminina da estilista. Numa semelhança maior que a normal com a estreante Bianca Marques (Marques, Marques!), Andrea veio leve, fluida e com a cintura descomplicada numa cartela de tons terrosos. Longos de estampa discreta floral, junção de preto e laranja (trend, trend, trend) e transparência. Resquício de color block e bom trabalho nas peças de couro.Também como Bianca, apostas no veludo, nas gravatas e nos laços. 



OEstúdio

OEstúdio fez um desfile apagadinho e meio tedioso, porém correto. Grafismo, conjuntinho, transparência, tricô, cartela entre azul e laranja. Urbano.



Ausländer

Eu apostava todas as minhas fichas na Ausländer. A marca sempre faz uma tradução incrível do urbano moderno e sabe como ninguém realizar uma estação jovem e low-profile. Mas esse inverno foi bem qualquer coisa, nem Daisy Lowe me fez mudar de idéia. É claro que as peças continuam bem-feitas e desejáveis, como também são coerentes com tudo que já foi visto antes (anos atrás). O styling é bom – consegue disfarçar o trabalho tedioso com tricô e xadrez. Shape descomplicado, uma pitada de boho,  cartela de cores entre o clássico banco e preto, para o vermelho, azul e ferrugem. Ricardo Bräutigam, estilista da grife, disse que a coleção era “Pra desacelerar e se jogar na frente do sofá”. O desacelerar caiu bem na moda masculina, que nunca tem muita novidade mesmo (vira post depois). Já para o feminino retrocedeu o jogo.

É isso. Fashion Rio acabou, e depois estarei subindo o guia definitivo masculino e feminino da estação. Que venha o SPFW.

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