domingo, 22 de janeiro de 2012

Melhor do terceiro dia de SPFW





Reinaldo Lourenço

Reinaldo Lourenço foi a primeira atração do line up e ainda cedo já se estabeleceu como o melhor do dia. Não que a coleção apresentada tenha sido uma surpresa – mas poucos estilistas entendem tão bem a mulher consumidora de sua linha como Reinaldo. Inspirado na Catedral de Norte Dame de Paris, que faz 850 anos em 2013, o que se viu foi a estética gótica e sombria encarnar-se em peças que qualquer mulher instantaneamente se imaginaria usando. Chic. Transparências, bordados, decotes, recortes, cristais, utilizando-se de couro, pele falsa, vinil e veludo, a matéria-prima oficial da estação. As estampas – que remetem aos vitrais da catedral – aparecem em vestidos e blusas, assim como as bolsas, que lembram os incensários usados pelos padres: tudo conversa com o tema. Silhueta ajustada ao corpo. Uma inspiração bem traduzida.




Ellus

Ellus veio depois. O couro pautou o inverno da grife, e até ganhou um ar interessante com as aplicações de spikes e ilhoses, além da já tradicional mistura de tecidos. Poucos fazem jaquetas tão boas, mas isso já é esperado devido a todo o histórico da marca com o item, principalmente a jaqueta perfecto. Cartela de cores quase total em preto, pontuada por tons de laranja e ocre. Bom trabalho com renda e seda, um inverno moderno e urbano.


Mário Queiroz

Tenho preguiça dos conceitos do Mário Queiroz. Entra temporada, sai temporada e é sempre “a transcendência dos gêneros” em um desfile confuso e de styling duvidoso. Queiroz trabalha com alfaiataria como ninguém, verdade seja dita; todavia possui um grande defeito: não consegue incitar desejo. O conceito está ali para incentivar a curiosidade de quem assiste, para que todos se perguntem como aquilo virará comercial. Se não excita no começo dificilmente excitará no final. Quem se lembrará que precisa conferir como aquelas peças incríveis da passarela chegaram as lojas se elas simplesmente não forem incríveis? Enfim, sobreposições, xadrez e mistura de materiais. Peças masculinas melhores que femininas (um clássico...)



Huis Clos

Huis Clos fez um inverno easy, como era de se esperar, visto seu dna minimal de sempre. Peças bem acabadas, leves, românticas e certeiras. Silhueta definida, malha de lã (uma ótima aposta) e veludo construindo a coleção. É até revigorante ver a tendência do veludo - que tem sido levada a exaustão - ser trabalhada de forma tão coerente e harmoniosa. Volumes arredondados nos ombros e quadris, cartela de cores entre cinza, tons de areia e marrom. Huis Clos é chic sem ser difícil.




Samuel Cirnansck

Samuel Cirnansck continua se esforçando estação após estação para chegar o mais próximo da alta costura que conseguir. Aplicações, bordados, pedraria, em longos ou mídis volumosos e rebuscados. Transparência e cartela de cores entre branco, off-white, preto e dourado. Uma versão melhorada de Rodrigo Rosner, e como ele, um perfume de McQueen no ar. Pena saber que tudo aquilo será apenas guardado em algum lugar, e com sorte aparecerá em alguns editoriais. De qualquer maneira, ótimo de se admirar.

Melhor: Reinaldo Lourenço e Huis Clos. Pior: Mário Queiroz

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