Quando semana de moda se inicia, é uma loucura: no mínimo três desfiles por dia, entrevistas, fotos, modelos e imprensa que se dividem em 1000 pra conseguir acompanhar tudo. Devido a essa série de acontecimentos, e principalmente a correia, alguns estilistas preferem ficar fora do calendário oficial e apresentar suas coleções em horários e dias alternativos. Esses desfiles acontecem em um clima mais intimista, com maior foco nas criações e com plateia quase que totalmente formada por amigos, familiares e alguns poucos nomes da imprensa especializada. Um clássico do tipo é Pedro Lourenço. O jovem estilista, filho de nomes conhecidos da moda como Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço, não faz parte do line-up oficial da semana brasileira e ano passado preferiu ficar à low profile da semana de Paris. Suas únicas apresentações no país foram discretas: ambas em São Paulo, uma na Daslu, em uma sale, e a outra no Fasano, para apresentar seu verão 2012. Seguindo esse estilo, foi divulgada hoje, sem muito alarde, sua coleção pré-inverno 2013. Com inspiração na Patagônia, Pedro continua formando uma identidade estética forte. As calças bicolores curtas e de modelagem seca, e a maneira arquitetônica de construção e desconstrução continuam a pontuar suas peças. A cartela de cores segue sóbria: bege, branco, preto, com toques de vermelho, amarelo e azul. Algumas aplicações de pele em vestidos e casacos, e o destaque, as estampas. A Patagônia de fato foi às peças de Lourenço: fotos do lugar compõem vestidos, blusas e casacos – técnica que bastante lembra as criações do belga Dries Van Noten, famoso por sua utilização a cada temporada. Poucos estilistas trabalham tão conceitualmente como Pedro Lourenço. Diferencial ou dispensável?
Lourenço: pré-inverno arquitetônico
Fotos: Reprodução
Nenhum comentário:
Postar um comentário