O Fashion Rio continua num ritmo morno e o quarto dia de desfiles seguiu com pouca novidade. As tendências da estação já fora consagradas: transparência, metalizados, crash de estampas (geométricas), tons terrosos e perfume étnico, tudo sessentinha. O que nós vemos a partir de agora são as várias interpretações das mesmas coisas - o que às vezes pode ser ótimo, às vezes incrivelmente monótono. Para não perder o hábito, vamos ver o que rolou no dia?
Walter Rodrigues
Walter Rodrigues foi o primeiro nome do line-up. Essencialmente (bem) construída em alfaiataria, a coleção veio de início em tons sóbrios como branco, preto e cinza e foi ganhando cor com a indução de azul klien, tangerina fechado e berry. Sobreposições, pantalonas e shape descomplicado. Inspirado no livro de fotografias em preto e branco People of the 20th Century, do fotógrafo Alemão August Sander, e nos uniformes de internatos, a questão é que Walter acabou fazendo um desfile pouco desejável. Algumas peças eram matronais demais e o styling foi confuso: as camisas são lindas, mas quase não se percebem, ocultadas pelas sobreposições; os lenços no cabelo em absoluto contribuem numa melhoria. O comprimento mídi, as botas, e a maxi estampa floral em tangerina e azul questionam o bom gosto. Complicado...
Ágatha
E depois veio Ágatha, compensadora. Mistura de materiais, texturas, diferentes tecidos. A segunda marca a apostar no veludo para o inverno, logo após Bianca Marques. Um ótimo trabalho com malha, tricô e matelassê, um sopro de criatividade em um dia cansativo. Silhueta leve e ajustada, um desfile feminino e bonito de ver.
Filhas de Gaia
Voltamos ao limbo das inspirações temáticas confusas com Filhas de Gaia. Misturando o Oriente e a África (Diz-se que a partir do mangás de Takashi Okasaki) o desfile não possuía uma sequência lógica muito menos alguma novidade. Recortes, fendas e uma tentativa de construir o étnico africano a partir de animal prints ( mais clichê impossível). Fluidez, shape ajustado e evasê. Algumas peças construídas a partir de bloco de cores monocromáticos, no clássico preto e branco, algumas em um resquício de color block, num quê de Gucci nas transparências. Acessórios dispensáveis. Filhas de Gaia atualizou o que não precisava ser atualizado (por que simplesmente acabou de acontecer).
Printing
Printing encerrou bem o dia, correta no que propôs. Geometrismo em todas as cores, formas e texturas possíveis. Coerente e bem trabalhado, cartela de cores entres tons de azul, berry e terrosos.
Melhor: Ágatha. Pior: Walter Rodrigues. Esperar que o último dia traga alguma novidade...
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